terça-feira, 1 de março de 2011

Preconceito? Imagina.

Você já se perguntou se é preconceituoso? Quando se houve a palavra preconceito quase que imediatamente associa-se ao contexto a palavra racismo. Mas não é de racismo que quero falar. A palavra do dia é: Homossexuais. Algum preconceito? Alguns assumem de cara e dizem que sim, outros tantos falam que não se importam com a opção sexual das pessoas, mas na prática não aceitam bem. Imagine a seguinte cena: Você é heterossexual e está sentado no sofá da sua sala vendo TV ao lado do seu amigo que também se diz ser 100% hetero. A novela começa e de repente surge na tela dois homens conversando e trocando juras de amor; prometem ficar juntos pra sempre e pretendem adotar uma criança. Nesse momento o seu amigo diz: “Era só o que faltava! A mídia tá fazendo muita m* na televisão hoje em dia. Onde já se viu uma p*t*r** dessa? Olha, eu não tenho preconceito, mas induzir uma criança a participar de uma safadeza dessas é inadmissível. Vai induzi-la a ser homossexual também. Eles que vivam pra lá na deles. Pense numa coisa feia são dois homens de mãos dadas no meio da rua, e agora querem casar.” O que você faz diante disso? Concorda com o seu amigo quando ele diz que não é preconceituoso (afinal a criança vai realmente crescer pensando em ser homossexual e isso não pode acontecer)? Acha que isso é preconceito e acredita que dois homens podem sim formar uma família juntos? Sinceramente, isso ainda é um tabu no mundo inteiro e é um caso a se pensar. Se crianças criadas por um casal heterossexual descobrem em um dado momento da vida que se sentem atraídas por pessoas do mesmo sexo que o seu, então por que o contrario seria diferente? E se fossem duas mulheres? Ora, uma delas pode engravidar por inseminação, e a criança teria no registro duas mães e um pai (caso conheçam o doador). Uma vez falei isso pra alguém e em resposta ouvi algo sobre essas pessoas serem casais de pervertidos que deviam ser excomungados da igreja e que eu era tolerante demais e que na certa essa minha simpatia podia ser traduzida como homo ou bissexualismo. Fui vítima de preconceito? Só o que eu posso dizer é que não importa se você ama alguém do sexo oposto ou não. O importante é que se ame. Toda forma de amor é válida. Numa geração onde casamento virou negócio, onde várias pessoas se separam, encontrar um amor sincero que te faça feliz e que te faça querer fazer planos para o futuro ao lado de alguém, seja lá quem for, é coisa rara e não podemos deixar que isso acabe só porque alguém um dia decidiu impor regras no sentimentos alheios criando uma massa de intolerância para o diferente.
Luane Azeredo

2 comentários:

  1. A intolerância está por toda parte, realmente. Seja quanto à sexualidade, quanto à religiosidade, quanto à nacionalidade... E o mais curioso é que as pessoas tem a mania de dizer: "Eu não sou preconceituoso não..." mas quando vão ter um filho, por exemplo, ficam "na torcida" para que a criança seja saudável e não seja homossexual(isso quando não tratam a homossexulaidade como doença). Um dos argumentos para a rejeição à homossexualidade é a religiosidade: "Deus criou o homem e a mulher...dois sexos apenas etc, etc". Mas(falando sob o viés da religiosidade) o mesmo Deus que criou o homem e a mulher, concedeu o livre arbítrio, para cada um fazer suas próprias escolhas. E assumir a sexualidade diante da sociedade é uma escolha. Uma escolha de liberdade, liberdade de não querer viver sob o jugo dessa sociedade. Afinal, o que a raça humana busca em seu propósito maior? A felicidade. E esse sentimento por mais subjetivo e abstrato que seja,só é alcançado quando fazemos o que realmente desejamos.
    A quebra desse preconceito vem ocorrendo a passos lentos, mas aos poucos as pessoas estão se dando conta de que a diversidade é algo a qual devemos, no mínimo, tolerar. E aqueles que abominam, julgam e inferiorizam opções sexuais diferentes das suas, não estão aptos a viver em sociedade onde a diversidade é cada vez mais marca registrada.

    Ana Silva.

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  2. Pois é... preconceito, intolerância, diversidade, sexualidade... Temas que agregam o cotidiano das relações sociais e que são cada dia mais atuais...
    Quanto ao homossexualismo, nem chamaria de opção, mas de condição sexual, pois na maioria das vezes a pessoa não opta, não é uma questão de escolha, mas de algo inato do próprio individuo... Já li relatos de pesquisas que apontam que uma alteração hormonal durante a gestação poderia induzir a atração sexual do indíviduo, não que seja uma questão de "doença", mas uma questão fisiológica ... ou de apenas sentir...Pois acontece que alma não tem cor, nem sexo, a alma é livre, para amar e seguir seus próprios caminhos...

    Viva a diversidade, a tolerância, o amor ao próximo ... Como cantava Raul : "Viva a sociedade alternativa"

    Parabéns pelo texto Lua ;)

    Jeane Constantino

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